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Açúcares e confeitaria

Introdução

Os açúcares são componentes essenciais na confeitaria, desempenhando papéis que vão além do simples adoçamento. Este texto aborda os principais tipos de açúcares utilizados, suas características e aplicações específicas no universo dos confeitos.

Principais Monossacarídeos

Glicose

A glicose é um açúcar simples e a principal fonte de energia para organismos vivos. Na confeitaria, ela desempenha papel essencial na textura e doçura dos produtos. Sua forma líquida é amplamente utilizada, especialmente em xaropes e massas doces.

Frutose

A frutose é encontrada em frutas, vegetais e no mel, além de ser um componente do açúcar invertido e do xarope de milho rico em frutose. Suas características incluem:

  • Poder adoçante 1,3 a 1,7 vezes maior que o da sacarose.

  • Alta higroscopicidade, exigindo cuidado no manuseio.

  • Aplicações em alimentos para diabéticos, pois seu metabolismo não requer insulina.

  • Em solução, a frutose pode assumir formas de cadeia aberta, piranose (anel de seis carbonos) e furanose (anel de cinco carbonos), sendo a piranose mais prevalente em temperaturas elevadas.

Galactose

A galactose não é usada diretamente em confeitaria, mas é importante por ser um componente da lactose, o açúcar do leite. Sua estrutura química é semelhante à da glicose, mas com algumas diferenças estruturais que influenciam seu comportamento.

Dissacarídeos

Sacarose

A sacarose, composta por glicose e frutose, é o açúcar mais utilizado na confeitaria. Algumas de suas características incluem:

  • Não é um açúcar redutor.

  • Não participa de reações de escurecimento sem hidrólise prévia.

  • Amplamente derivada da cana-de-açúcar e da beterraba.

Processamento da Sacarose

Cana-de-Açúcar:

  • Planta tropical cultivada em várias regiões do mundo.

  • Os caules são processados para extração do caldo, seguido de clarificação e cristalização.

  • O resíduo fibroso, chamado bagaço, é utilizado como combustível.

Beterraba:

  • Cultivada em climas temperados.

  • As beterrabas são lavadas, cortadas e submetidas à extração de açúcar por difusão com água quente.

  • O melaço de beterraba não é consumível por humanos, mas é utilizado para ração animal ou produção de álcool.

Maltose

A maltose, formada por duas unidades de glicose, é um açúcar redutor e muito menos doce que a sacarose. É comumente encontrada em confeitos por meio de xaropes de glicose com alto teor de maltose.

Lactose

A lactose, encontrada no leite, é composta por glicose e galactose. Embora tenha baixo poder adoçante, é valiosa em confeitos como caramelos e fudges devido à sua participação em reações de escurecimento de Maillard.

Açúcar Invertido

O açúcar invertido é uma mistura equimolar de glicose e frutose obtida pela hidrólise da sacarose. Suas principais vantagens incluem:

  • Controle de cristalização da sacarose.

  • Redução da atividade de água, agindo como umectante.

  • Potencial para realçar a liberação de sabor em doces.

Produção: Pode ser realizado por hidrólise ácida ou enzimática. A hidrólise ácida, especialmente com ácido clorídrico, é preferida por produzir um produto mais claro e adequado para aplicações como fondants.

Formas e Tipos de Açúcar

Os açúcares estão disponíveis em várias formas, que influenciam suas aplicações na confeitaria:

  • Granulados finos: Utilizados em balas, chocolates, bolos e merengues, pois se dissolvem facilmente e proporcionam uma textura suave.

  • Mascavos: Conferem sabor e coloração a caramelos, brownies e fudges, além de possuírem umidade que influencia a maciez dos produtos.

  • Líquidos: Facilitam o manuseio e economizam tempo na indústria, sendo comuns em xaropes, recheios e produtos que necessitam de maior umidade e flexibilidade na textura.

  • Impálaveis (açúcar de confeiteiro): Essenciais para decoração, glacês e coberturas, sua textura fina permite uma distribuição homogênea e acabamento refinado.

  • Cristais grandes: Usados em decorações, como em biscoitos e pães doces, pois proporcionam crocância e um brilho característico.

  • Demerara: Similar ao mascavo, mas com cristais maiores e menos umidade, mantendo um sabor caramelizado suave e sendo utilizado em cafés e confeitaria gourmet.

A escolha do tipo de açúcar depende do efeito desejado no produto final, seja em termos de textura, sabor, dulçor ou conservação.